POMBOS encantam mais tiram sossego


Os pombos levam beleza aos céus da Capital, mas também sujam as ruas. Na Nogueira Acioli, um bando tem tirado o sossego da vizinhança

A rua Nogueira Acioli, no Centro, tem novos moradores. Basta um olhar mais atento na fiação elétrica ou em cima dos prédios para percebê-los. Há alguns meses, um bando de pombos columba livia, também chamados de pombos-comuns, fixou moradia no bairro e tem tirado o sossego da vizinhança. As aves ficam perambulando de um lado para o outro em busca de alimento, sujam as calçadas de fezes e provocam temor sobre os riscos de doenças.

Atraídos por um morador que espalha grãos de milho pelas calçadas, a presença dos pombos mudou a rotina e o visual do bairro. O vendedor Clésio de Carvalho acompanha diariamente a movimentação do bando. ``Eles se aglomeram no início da manhã e no começo da tarde. Os pombos já sabem os horários que vão jogar os grãos e ficam esperando pelo alimento``, comenta. A comerciante Adilúcia Bezerra, 53, tem sofrido com a presença dos novos vizinhos. ``Eles sujam toda a calçada. Ninguém aguenta mais esses pombos por aqui``, comenta. Segundo os moradores, já foram feitas denúncias sobre a situação à Prefeitura, mas nada ainda foi feito. A médica veterinária da Célula de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Socorro Furtado, afirma que não existe nenhum programa de controle ou apreensão de pombos. ``A indicação é para que a população não ofereça comida aos pombos para evitar a reprodução descontrolada da ave``, afirma.

Na Catedral da Sé, a quantidade de pombos também impressiona. ``Muitas pessoas passam pelo Centro e resolvem comprar um pouco de milho para alimentar os pássaros``, conta o comerciante de grãos, Raimundo Aguiar. O corretor Francisco da Costa, 69, é um deles. Retira alguns grãos de milho do bolso da calça e joga em direção à calçada da igreja. O movimento das suas mãos é acompanhado pelos pombos que seguem rapidamente em sua direção e realizam um espetáculo para quem passeia pela área. O casal de turistas Gerardo e Fernanda Leite ficou fascinado com a sincronia dos pombos. ``Só tinha visto na televisão. Estávamos passando de carro quando vimos os pombos e decidimos tirar uma foto``, comenta Gerardo.

As fezes de pombos podem transmitir doenças fúngicas, assim como as de outros animais. Uma delas é o Cryptococcus neoformans, que provoca cryptococose. A doença é transmitida através da inalação de poeira contendo fezes de pombos contaminados e se manifesta através da pneumonia e meningite

FONTE: http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/955567.html